Anna Claudia Ramos
Escritora
Cidade em que nasceu: Rio de Janeiro, RJ
Cidade onde mora: Rio de Janeiro, RJ
Data de nascimento: 28/06/1966
Livros que escreveu para a Projeto: A história de Clarice, 2009
Primeiro livro publicado/ano: Pra onde vão os dias que passam? – primeira edição pela Editora Ao Livro técnico, em 1992, e nova edição (comemorativa pelos 18 anos do livro) pela Editora Escrita Fina, em 2010.
Site: www.annaclaudiaramos.com.br
Blog: http://www.annaclaudiaramos.com.br/blog
E-mail: anna@annaclaudiaramos.com.br
Facebook: Anna Claudia Ramos
Como você trabalha/qual sua rotina?
Sou muito disciplinada. Acordo, abro as janelas para deixar o dia entrar na casa, tomo meu café na cozinha, vejo minhas mensagens. Moro em uma casa e meu escritório fica no quintal. Então, depois do café troco de roupa e vou trabalhar. Levo cinco passos para chegar de casa até o escritório. Abro a porta, ligo o computador e começo a trabalhar. Não possuo apenas uma forma de criar uma história, porque cada livro pede uma escrita, um jeito diferente de abordagem. Os processos criativos que envolvem a criação de um texto podem mudar completamente de um livro para outro. Mas vamos lá, vou contar um pouco de minha rotina quando não estou viajando por este Brasil afora para dar cursos, palestras, oficinas e bater papo com meus leitores. De um modo geral acordo cedo. Gosto de sentir o dia, de ficar quieta no meu canto, me concentrando nas palavras. Quando estou criando um novo texto sempre elejo uma trilha sonora, gosto de escrever escutando música. Posso eleger uma só música, um CD específico ou um estilo de música, mas não pode ter letra. A música me leva para dentro do texto, do clima da história, me ajuda a focar. Eu sempre conto que existe a historia por detrás da história, que é a história da criação de cada texto. A história de Clarice foi um processo muito atípico. Tudo começou quando coloquei na cabeça que queria homenagear meus livros de infância. Selecionei três histórias que eu amava quando menina: A bolsa amarela, O soldadinho de chumbo e A pequena vendedora de fósforos. E queria escrever um texto onde a personagem vivenciasse uma história triste que seria transformada a partir do contato com esses livros. Peguei os livros e subi a serra rumo a Nova Friburgo, no RJ. Fiquei sozinha durante seis dias na casa que meus pais têm em Friburgo. Reli os livros selecionados, pensei nos nomes das personagens, num iniciozinho de história e só. Depois, achei uma música perdida em meu computador e a escolhi para ser a trilha sonora do livro (um tempo depois vim a descobrir que era uma releitura de Canon in D, de Pachelbel). Abri meu computador e escrevi um título que para mim seria provisório: A história de Clarice. Mas que acabou ficando para sempre, e tudo por conta da força da história de Clarice. Força total! Uma história que foi chegando devagarzinho e tomando um vulto tão grande dentro mim. Escrevi sem parar durante quatro dias num verão chuvoso e frio. Escrevia e chorava com a história e as descobertas de Clarice. Curiosamente enquanto escrevia a chuva não deu trégua. No momento em que acabei de escrever, levantei a cabeça e olhei a montanha em frente, não havia mais chuva, apenas um lindo arco-íris no céu. Achei que era um sinal de que a história daria certo. E deu! Depois, voltei para o Rio e passei dias lendo, relendo, cortando, afinando as arestas do texto para deixá-lo pronto. Escrever tem isso, um pouco de inspiração e muito, mas muito trabalho!
Ah! não posso esquecer de contar que no meio da minha rotina precisam entrar coisas que adoro: curtir minha casa e minha família (essencial) e praticar esportes (faço spinning e yoga). E quando as ideias empacam, gosto de pedalar pela orla da praia e pela Lagoa. As ideias sempre se renovam! Mas tenho viajado cada vez mais a trabalho, então, tenho aprendido a me adaptar a essa nova rotina! E quantas histórias não acabam nascendo nessas viagens…
Trabalha em outra área além dos livros?
Fiz magistério, me formei em Letras e dei aula de literatura infantil e juvenil por anos dentro do espaço da biblioteca de uma escola no Rio de Janeiro. Como eu dava aulas para as turmas do maternal ao nono ano, aprendi a me comunicar com diferentes idades. Ganhei uma experiência incrível durante esses anos! Também trabalhei em biblioteca comunitária, ajudei a montar algumas. Coordenei muitas oficinas de criação literária. Trabalhei na FNLIJ, na Escolinha de Arte do Brasil, na Estação das Letras. Presto serviços para vários projetos de incentivo à leitura. Sempre trabalhei com algo ligado ao livro e à leitura. Escolha feita quando ainda era adolescente. Dou cursos, oficinas e palestras por este Brasil afora contando muito sobre a minha experiência com leitura, formação de novos leitores, bibliotecas escolares e comunitárias. Tenho falado muito sobre os temas polêmicos na literatura e sobre a importância da LIJ estar conectada no mundo virtual.
Hoje em dia, além do meu trabalho como escritora (e muito de vez em quando ilustradora), sou sócia diretora do Atelier Vila das Artes Produção Editorial, uma empresa totalmente voltada para o trabalho com a literatura. Fazemos vários trabalhos, entre eles o Manual de participação dos autores da Flipinha, para o qual desenvolvemos toda a concepção do material e conteúdo de texto desde 2009.
No meu site dá para conhecer bem o meu trabalho. Faça uma visita e deixe um recado, vou adorar! Mas se me mandar um e-mail e eu não responder, desconfie que eu não o recebi, porque respondo a todos! Sempre!