Título – A lua dentro do coco
Autor – Sérgio Capparelli
Ilustrador – Guazzelli
Macaquinho e a lua – A lua dentro do coco
Muita poesia, e poesia de qualidade, é fundamental na escola!!!
(Ricardo da Cunha Lima)
Ricardo da Cunha Lima é professor e autor de poesia para crianças. No ensaio, “A poesia para crianças é fundamental na escola”, ele afirma que a poesia infantil brasileira é considerada uma das melhores do mundo e que as crianças são fascinadas por sua musicalidade, irreverência e criatividade.
Sérgio Capparelli e Eloar Guazzelli enveredaram pelo caminho da musicalidade, irreverência e criatividade na composição texto/ilustração de “A lua dentro do coco” (Projeto: 2010) que conquistou o prêmio de Melhor Livro de Poesia para Criança da FNLIJ (2011).
Capparelli nasceu em Minas Gerais, mas já andou por tantos lugares que pode ser considerado cidadão do mundo. É formado em Jornalismo (UFRGS), fez doutorado em Ciências da Comunicação ( Université de Paris II), morou na China, na Itália. Na Itália, ele morou em uma cidadezinha chamada San Vito al Tagliamento e foi nesse lugar meio mágico que observou, certa noite, uma lua muito bonita no alto de uma montanha, decidiu escrever em versos uma antiga história que ele ouvira quando morava na China.
Guazzelli, o ilustrador, percorreu caminhos mais brasileiros, nasceu em Vacaria (RS), atualmente mora e trabalha em São Paulo. É ilustrador, quadrinista, diretor de arte e animação e wap designer. Como seu companheiro Capparelli, já ganhou muitos prêmios e ilustrou diversos livros no Brasil e no exterior. Há um detalhe – gosta muito de desenhar a lua.
“A lua dentro do coco” é uma poesia narrativa que tem como protagonista um macaquinho. A história se inicia de modo trágico – a mãe do macaquinho morre com um tiro dado por algum homem malvado. Vejam como o poeta faz a descrição da morte:
“… ele OUviu
TIROS e logo um assoVIO:
Sua mãe caiu sem vida,
Flor rubra da despedida”
Não é possível representar a disposição das palavras e dos versos como está no livro, mas vou tentar explicar.
Algumas letras aparecem em destaque como se fossem maiúsculas, isso para conferir maior dramaticidade à morte da mãe do macaquinho e a palavra rubra está grafada na cor vermelha.
A mãe morre diante de um espelho d´água de um rio. O ilustrador desenhou um rio, a mãe caindo dentro do rio e pingos de sangue colore a página em branco.
Mas o tempo que tudo cura, vai se encarregar de curar a dor do macaquinho. Ele encontra amigos e logo começa a festa na floresta, contam lorotas, dão pulos e cambalhotas.
Um dia…
“Vejam, é uma lua cheia
Que pelo céu passeia
Por cima da sumaúma
Entre fiapos de bruma.”
Para ilustrar esses versos, Guazelli coloca o macaquinho só, sentado, olhando a lua que passeia pelo céu. O vocábulo “cheia” aparece em negrito e a lua vem acompanhada de fiapos.
E surge o desejo de pegar a lua, trazer a lua para a terra. Macaquinho chama os companheiros e juntos formam uma grande pirâmide para alcançar a lua. Aproximam-se da lua que cada vez fica maior, enorme.
“Era pequena e fica GRANDE,
Enorme essa pirâmide!”
E a pirâmide desmorona, os macaquinhos tombam, mas nenhum fica ferido, foi só um susto.
“A lua cheia se despedaça”
(…)
Caiu do céu? Tombou no poço?
O que será que vai acontecer? No céu não brilha mais a lua cheia. Onde está a noite enluarada? No fundo do poço?
Se o macaquinho foi capaz de superar a dor causada pela morte da mãe, encontrará solução para salvar a lua. Neste momento, aparece um COCO. O resto eu não conto não, fica por conta do leitor que irá procurar este livro nas livrarias, nas bibliotecas e ficará sabendo como termina a lenda/poema/história.
Neide Medeiros Santos – Crítica literária FNLIJ/PB